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Dominga Menezes tinha apenas 12 anos quando dançou para um ditador.
Era 25 de julho 1974, e São Leopoldo uma 🍎 cidade média no estado mais ao sul do Brasil - Rio Grande Do Sul estava comemorando tanto o aniversário da 🍎 aposta mais de 2fundação quanto 150 anos para a imigração alemã.
O então líder da ditadura militar do Brasil, o general Ernesto Geisel 🍎 era ele próprio descendente de alemães e foi convidado aposta mais de 2 honra na cerimônia ao lado dos Sinos River.
Cento e vinte 🍎 meninas dançaram no palco, cada uma usando um collant com a bandeira do estado.
"As meninas mais brancas estavam vestindo verde; 🍎 as negras, vermelhas e de pele marrom-claro eram amarelas", disse Menezes. Agora com 62 anos."Foi muito depois que percebi os 🍎 professores me colocaram aposta mais de 2 amarelo porque sou descendente indígena".
Ela não sabe por que cada raça foi associada a todas as 🍎 cores. Mas ela lembra-se de, na escola os alunos com mais características físicas "alemãs" - pele clara e olhos azuis 🍎 – foram elogiado pelos professores
"Todos os anos na escola, aposta mais de 2 julho houve muita conversa sobre imigração alemã. Mas eles nunca 🍎 levantaram a questão de quem mais estava aqui: o povo indígena eo negro", disse Menezes."
Este ano, como São Leopoldo celebra 🍎 seu 200 o aniversário e bicentenário da imigração alemã as coisas deveriam ter ido de forma diferente: a diversidade 🍎 era um tema central para uma série dos eventos planejados pela prefeitura.
Mas esses planos foram desorganizados pelas inundações sem precedentes 🍎 que assolaram o Rio Grande do Sul.
Apesar de São Leopoldo não ter sido dizimado pelo desastre – como aconteceu com 🍎 outros, tais quais o Eldorado do Sul - partes dele passaram quase um mês debaixo da água lamacenta.
Nove pessoas morreram 🍎 e 100.000 dos seus 217 mil residentes tiveram que deixar suas casas.
Quando a água finalmente recuou no final de maio, 🍎 foi deixada para enfrentar as consequências.
"O maior problema agora é psicológico. As famílias perderam a escola como ponto de referência, 🍎 o centro médico eaposta mais de 2igreja; elas já perdeu tudo", disse Ary Vanazzi prefeito da cidade 64 anos atrás
Sua 🍎 casa passou mais de 20 dias submersa; tudo dentro dela estava perdido.
No Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, cerca 10% 🍎 dos 10.000 artefatos aposta mais de 2aposta mais de 2coleção – todos relacionados à imigração alemã foram submersos.
A peça mais afetada foi um piano 🍎 de cauda Schiedmayer, com 120 anos. As teclas estão cobertas aposta mais de 2 molde e o que resta das cordas está enferrujado; 🍎 pedaços do som são distorcidos
O que resta de um piano Schiedmayer, com 120 anos e dez dias debaixo da água 🍎 lamacenta aposta mais de 2 São Leopoldo.
: Tiago Rogero/The Guardian
Os funcionários do museu esperam reabrir a tempo para 25 de julho, quando o 🍎 bicentenário é comemorado”, disse Rodrigo Luiz dos Santos aos 39 anos. “Mesmo que seja com uma exposição menor... Do ponto 🍎 da perspectiva cultural e memória urbana achamos importante ter esse momento ”.
Falando na cúpula do G7, aposta mais de 2 Itália disse 🍎 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que convidou representantes de governo alemão para participarem numa "festa comemorativa" bicentenário no 🍎 São Leopoldo.
Mas, de acordo com o prefeito haverá apenas uma celebração simbólica.
"Não há humor para nada assim... Vamos celebrá-lo de 🍎 uma maneira diferente, talvez com mais solidariedade", disse Vanazzi.
Uma linha marrom suja a 1,5 m do chão mostra o ponto 🍎 alto da água no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo.
: Tiago Rogero/The Guardian
Dentro do museu, uma linha marrom suja a 🍎 1,5 metro de altura mostra o alto nível da água e Santos sugeriu que um dos muros seria deixado sem 🍎 repintar como lembrete das inundações.
"O mesmo rio que trouxe os imigrantes foi aquele aposta mais de 2 quem 200 anos depois tomou a 🍎 cidade", disse ele.
Cerca de 40 alemães estavam na primeira onda dos imigrantes que vieram para a região aposta mais de 2 1824.
Outras pessoas 🍎 da então Confederação Alemã haviam chegado ao Brasil, mas a partir daquele momento as migrações alemãs se tornaram contínuas e 🍎 depois espalharam-se para outras regiões do estado.
Seu impacto cultural ainda pode ser sentido na cultura regional, por exemplo aposta mais de 2 seu 🍎 bolo mais tradicional.
cuca
Uma versão do alemão,
estreuselkucheno
.
A migração alemã foi incentivada pelo Brasil recém-independente, que queria expandiraposta mais de 2ocupação do território. 🍎 Mas a promoção da imigração europeia também estava ligada à ideia de "branquear o povo brasileiro", disse dos Santos ”.
"Não 🍎 há rua aposta mais de 2 São Leopoldo com o nome de uma pessoa negra ou indígena", disse Dominga Menezes, que ainda vive 🍎 na cidade e agora jornalista. Recentemente publicou um livro sobre como a atenção à migração alemã silenciou histórias negras da 🍎 região
Ela e seu marido, o colega jornalista Gilson Camargo 61 anos de idade descrevem inúmeros conflitos entre os alemães 🍎 que habitaram a região.
Eles também destacam algo que ainda é controverso aposta mais de 2 algumas partes do estado: o fato de muitos 🍎 dos imigrantes serem proprietários escravos.
O livro foi lançado na biblioteca pública da cidade apenas uma semana após as inundações.
"Apesar de 🍎 toda a tristeza, acho que precisamos aprender uma lição com isso", disse Menezes.
“Quando as inundações começaram, disseram que não era 🍎 hora de descobrir quem foi responsável – mas essa é uma maneira para evitar os problemas.
“As pessoas devem saber o 🍎 que aconteceu foi uma tragédia ambiental, mas também causada por humanos... Não podemos negar a história mais um vez”, disse 🍎 Menezes.
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