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04/02/2024 09h21 Atualizado 04/02/2024
Sarah McDonald foi diagnosticada com dois cânceres simultâneos e submeteu-se a tratamentos 💳 que duraram nove meses —
: Arquivo pessoal
*Este texto foi originalmente publicado em freebet icon novembro de 2024 e republicado com 💳 atualizações em freebet icon alguns trechos.
Receber um diagnóstico de câncer é muito difícil.
Ninguém sabe realmente como irá reagir à notícia. E 💳 o tratamento que vem a seguir é um caminho longo e repleto de incertezas.
A situação também é complicada para amigos 💳 e familiares: o que fazer ou o que dizer quando você fica sabendo que um ente querido contraiu essa doença 💳 tão devastadora?
Em um livro publicado em freebet icon 2024, uma paciente relata em freebet icon detalhesfreebet iconprópria história, de forma clara, 💳 direta e até engraçada, oferecendo uma série de conselhos. Ela espera incentivar uma melhor compreensão entre todas as pessoas afetadas 💳 pelo câncer.
Em janeiro de 2012, Sarah McDonald, alta executiva no Vale do Silício, foi diagnosticada com uma forma pouco comum 💳 de câncer chamada carcinoma adenoide cístico — basicamente, câncer de glândula salivar.
A doença é tão rara que o próprio médico 💳 que a diagnosticou confessou a elafreebet iconignorância a respeito.
Ela ainda não havia se refeito do impacto quando, dois meses 💳 depois, recebeu um segundo diagnóstico: desta vez, de carcinoma ductal invasivo, mais conhecido como câncer de mama. A doença estava 💳 no estágio 3, ou seja, ela já havia se disseminado para além do tumor.
Aos 44 anos, McDonald havia passado por 💳 uma terapia de fertilidade porque queria ter filhos. Mas, agora, enfrentava um tratamento de câncer duplo longo e doloroso, que 💳 incluía sessões de radiação e quimioterapia. Suas perspectivas de sobrevivência não eram muito boas.
Mas, com a mesma energia, determinação e 💳 organização do seu trabalho rigoroso, ela coordenou os médicos, mergulhou fundo nos tratamentos mais agressivos — incluindo os alternativos — 💳 e planejou detalhadamente como aproveitar melhor o pouco tempo que ela pensava ainda ter de vida.
Dez anos depois, Sarah McDonald 💳 não apresenta evidências da doença, tem uma filha de seis anos e acaba de escrever um livro sobre suas experiências, 💳 The Cancer Channel ("O canal do câncer", em freebet icon tradução livre). Ela espera que o livro possa servir de guia 💳 não só para as pessoas diagnosticadas com câncer, mas também para o círculo mais próximo dos pacientes.
"Eu quis descrever a 💳 montanha-russa que é o câncer", contou McDonald à freebet icon News Mundo, o serviço em freebet icon espanhol da freebet icon. "Descrever os 💳 momentos muito intensos de desespero ao receber o diagnóstico."
O câncer produz uma profunda sensação de solidão, segundo a autora. E 💳 ela deseja que os pacientes que lerem o livro "se sintam menos sozinhos, mais reconhecidos e [percebam] que existem outras 💳 pessoas que se sentem da mesma forma".
McDonald também procura oferecer perspectivas às pessoas que têm um ente querido com câncer. 💳 Como se relacionar com ele, o que fazer por ele, o que dizer e, o mais importante, o que não 💳 dizer a um paciente com a doença.
Mas, além de abordar o terror do diagnóstico e a consequente incerteza, suas observações 💳 também incluem "os momentos ridículos, engraçados e até indignos que a pessoa atravessa", afirma ela.
"É difícil não achar engraçado ter 💳 ficado sentada em freebet icon um quarto de um centro médico, com o peito nu, enquanto dois médicos injetavam no mamilo 💳 uma substância radioativa", explica ela. "Nesse momento, o sentimento é horroroso, mas, com um pouco de tempo e distanciamento, você 💳 consegue achar engraçado. É inacreditável, mas é a mais absoluta verdade."
'Uma história maluca'
Um dos conselhos ressaltados por McDonald, citandofreebet icon💳 própria experiência, é ter a certeza de não deixar tudo nas mãos dos médicos.
Na primeira vez em freebet icon que sentiu 💳 um caroço na base da boca, ela foi ao dentista porque achava que fosse uma infecção. O odontologista explicou que 💳 poderia ser uma série de condições e a mais grave seria uma forma rara de câncer que ele se apressou 💳 em freebet icon descartar.
Depois de consultar diversos especialistas e se submeter a uma ressonância magnética e uma biópsia, o diagnóstico, de 💳 fato, foi de carcinoma adenoide cístico, um câncer das glândulas salivares.
Quando pediu ao médico mais explicações, ele respondeu: "realmente, não 💳 sei. Estive pesquisando no Google, mas você é uma pessoa diligente, irá resolver isso".
Neste caso, ela precisou investigar sozinha, mas, 💳 por ser uma doença muito rara, não havia muitas informações a respeito, nem sobre a expectativa de vida. "Foi um 💳 momento de muita incerteza", relembra ela.
E não terminou por aí. Seis meses antes, ela havia sentido um caroço no seio. 💳 Depois de uma mamografia e duas biópsias, os médicos disseram que provavelmente era apenas um cisto. Mas, considerando seu diagnóstico 💳 anterior de câncer das glândulas salivares, ela pensou que talvez fosse um carcinoma metastático.
Os médicos garantiram que esse câncer não 💳 se comportava desta forma. Se houvesse metástase, era mais possível que fosse nos pulmões ou no cérebro e isso também 💳 não costumava ocorrer em freebet icon alguém tão jovem. Mas eles disseram que poderiam realizar mais exames "se isso a fizesse 💳 se sentir melhor".
Ela fez os exames e o resultado foi um câncer de mama em freebet icon estágio 3.
"Nos dois casos, 💳 fui eu que descobri os caroços e, nos dois casos, eu pressionei os médicos para que me fizessem os testes 💳 que determinaram o que era aquilo", comenta ela.
Os dois diagnósticos a deixaram entorpecida, se sentindo sozinha. Ela entrou em freebet icon 💳 pânico, pensando que não chegaria ao final do ano.
Ao se recuperar do choque, ela aceitou seu destino e pensou: "se 💳 tenho apenas um ano de vida, como quero viver? Como posso morrer de forma mais digna?"
Ela começou a ler tudo 💳 o que podia sobre a doença, incluindo textos complexos, na biblioteca da Universidade Stanford, na Califórnia (Estados Unidos). E decidiu, 💳 com seus médicos, seguir os métodos mais agressivos disponíveis na medicina ocidental, incluindo tratamentos simultâneos de radiação para o câncer 💳 de glândula salivar e quimioterapia para o câncer de mama.
McDonald pôs em freebet icon prática suas capacidades administrativas para coordenar os 💳 diferentes grupos de médicos que tratavam dos dois cânceres, de forma que um tratamento não interferisse nem anulasse o outro.
Curiosamente, 💳 a oncologista responsável pelo seu câncer de mama comentou que não havia melhor momento para ter essa doença, graças ao 💳 montante que tinha sido investido em freebet icon pesquisa e em freebet icon todos os novos tratamentos existentes.
Mas, com relação ao câncer 💳 de glândula salivar, a situação era diferente. Não havia muitos dados sobre as taxas de sobrevivência. A única coisa que 💳 se sabia no momento é que ele era incurável, segundo ela.
Foram nove meses de tratamento, com efeitos devastadores. A radiação 💳 se intensifica quando administrada ao mesmo tempo que a quimioterapia.
"A consequência é que a minha boca era um lugar muito 💳 tóxico", explica McDonald. "Cheguei a contar 21 feridas na boca, sentia como se ela estivesse queimada."
Houve um período de três 💳 semanas em freebet icon que ela não podia comer e a quimioterapia, às vezes, também a deixava exausta.
"Uma história maluca", resume 💳 ela. "Estava passando por tratamentos de fertilidade, recebi dois diagnósticos de câncer, o câncer do meu pai voltou, tivemos tratamentos 💳 simultâneos, eu sobrevivi e ele não. Esta é a minha história."
Seu livro descreve detalhadamente todas essas sensações, dores e complicações, 💳 mas ela também inclui anedotas engraçadas e oferece recomendações práticas sobre como superar momentos complicados ou constrangedores.
Alguns exemplos se referem 💳 à queda de cabelo, que é comum com os pacientes que passam por quimioterapia. McDonald comenta os olhares das pessoas 💳 ao verem uma mulher completamente careca, sem sobrancelhas nem pestanas. Ela recomenda cobrir a cabeça com lenços de lã, porque 💳 "os lenços de seda escorregam".
E também conta, com certo humor, que a quimioterapia deixa as pessoas com o rosto brilhante. 💳 "É um dos melhores desfoliantes de pele. [O processo] também mata as células da pele, que são rapidamente substituídas."
Recomendações de 💳 Sarah McDonald para os pacientes diagnosticados com câncer
Ninguém está preparado para o câncer, nem ninguém àfreebet iconvolta. Prepare-se para 💳 diferentes reações por parte das pessoas. Algumas terão ações ou palavras bonitas, outras se isolarão porque estarão aterrorizadas com o 💳 diagnóstico, mas isso não é responsabilidade sua.Informe-se o mais que puder sobre o seu câncer antes de comunicar a notícia 💳 à família, amigos e colegas. Assim, você poderá responder melhor às inúmeras perguntas que irão surgir.Dê adeus às manicures, pedicures 💳 e jacuzzis. São possíveis fontes de infecção. Os pacientes de quimioterapia têm o sistema imunológico debilitado e é mais difícil 💳 combater possíveis vírus ou bactérias.Pense duas vezes antes de cozinhar para outra pessoa. Os pacientes de quimioterapia podem perder o 💳 paladar e sentir um sabor metálico na boca. Eles costumam colocar sal demais nos alimentos.
'Silenciar e ouvir'
McDonald também combinou seus 💳 tratamentos médicos com terapias alternativas, como ioga e meditação. Elas ajudaram a lidar com o estresse mental, a mantê-la mais 💳 calma, recuperar suas energias e fortalecerfreebet iconvontade de seguir adiante.
Ela tirou um ano de licença do seu rigoroso trabalho 💳 para conhecer melhorfreebet iconcidade — San Francisco — e suas vizinhanças, aproveitando tudo o que ela oferecia, como os 💳 museus, galerias, concertos e caminhadas ao ar livre pelas praias, bosques e montanhas.
Embora precisasse dirigir por longas distâncias para ir 💳 aos seus tratamentos, McDonald entrou na academia, fez exercícios com pesos e começou a correr. Ela administrou seu tempo cuidadosamente 💳 para ficar com seu marido e não se esquecer de incluir um café com uma amiga.
Ela também aborda no livro 💳 o contato que manteve com o que chama de seu "círculo próximo", pois o câncer é uma doença que não 💳 afeta apenas quem o sofre, mas também seus parentes e amigos.
Sarah Mc Donald dedicou-se a conhecer melhorfreebet iconcidade - 💳 São Francisco, nos Estados Unidos - e a fazer longas caminhadas —
: Arquivo pessoal
"Uma das coisas que os amigos 💳 fazem com a melhor das intenções é perguntar: 'o que posso fazer por você?'", ela conta. "Mas, para uma pessoa 💳 com câncer, é como dizer, 'dê-me uma tarefa' e a pessoa pensa 'meu Deus, além de tudo o que preciso 💳 administrar, agora tenho que administrar outra pessoa!' Isso pode oprimir você."
Em vez disso, ela sugere que a pessoa proponha diretamente 💳 o que se oferece a fazer: "gostaria de passar para deixar um sorvete" ou "quero levar seu cachorro para passear", 💳 "às 2 da tarde está bem para você?".
Toda esta comunicação é facilitada pela internet. McDonald recomenda usar websites para pacientes, 💳 onde eles podem publicar blogs informando como estão os tratamentos ou como está afreebet iconagenda. Assim, os interessados podem 💳 ler e ficar informados sobre como podem ajudar.
É perfeitamente normal que alguém tenha curiosidade pelo estado de um amigo ou 💳 parente com câncer, mas, às vezes, suas perguntas podem não ser sensatas.
"'Quanto tempo você tem de vida?' definitivamente não é 💳 algo que você queira ouvir, embora você pense muito nisso e seja a realidade", afirma ela. "Talvez, o melhor que 💳 você possa fazer é ficar quieto e ouvir. Assim você irá aprender quais assuntos deve abordar, incluindo os mais sensíveis, 💳 quando abordá-los e o que fazer."
McDonald criou um website (thecancerchannelbook.com), no qual publica suas listas do que fazer e do 💳 que dizer para pacientes e seus familiares próximos.
Coisas que você não deve dizer a alguém com câncer
"Diga o que posso 💳 fazer por você." Isso é injusto, pois a pessoa com câncer já tem muito com o que lidar e agora 💳 precisará buscar uma tarefa para você fazer."Eu nunca conseguiria passar pelo que você está passando." Pode parecer um elogio, mas 💳 ninguém decide ter câncer, nem se torna um herói quando desenvolve a doença. A pessoa simplesmente faz o melhor que 💳 puder para se manter viva, como você também faria."Admiro tua atitude." Na verdade, me dá raiva ter câncer, mas receio 💳 que, se expressar como me sinto, as pessoas à minha volta não irão se sentir muito bem comigo. Por isso, 💳 finjo ter boa atitude."Tenho uma tia que teve câncer." Cada câncer é diferente e seus tratamentos e protocolos mudam todos 💳 os dias. A experiência dafreebet icontia será muito diferente da minha.
'Não é necessariamente uma sentença de morte'
O livro The 💳 Cancer Channel surgiu do impulso de querer descreverfreebet iconexperiência, com seus altos e baixos físicos e emocionais, para que 💳 outras pessoas recém-diagnosticadas possam se identificar, não se sentir tão sozinhas e entender o que podem esperar.
Os médicos podem falar 💳 do ponto de vista científico, do tratamento, dos medicamentos etc. Mas Sarah McDonald queria compartilharfreebet iconhistória no dia a 💳 dia, com as coisas práticas, as curiosidades e disparates, "como se estivesse explicando à minha melhor amiga o que ela 💳 deve esperar se estiver passando pelo mesmo que eu".
Quando estava no meio do tratamento, já havia perdido o cabelo e 💳 precisava desenhar as sobrancelhas a lápis, McDonald conta que uma mulher a abordou em freebet icon uma loja. "Ela me disse, 💳 'saí do tratamento há cinco anos e só queria mostrar que estou aqui, com vida, e que existe algo esperando 💳 você do outro lado'."
"Foi incrível ouvir alguém que teve câncer e me dizia que não precisa necessariamente ser uma sentença 💳 de morte. Agradeci muito", ela conta.
Dez anos depois do seu duplo diagnóstico, McDonald encontra-se no estado conhecido como "nenhuma evidência 💳 da doença".
É claro que ela precisa monitorar permanentemente o seu estado, especialmente o câncer de glândula salivar, e continuar tomando 💳 medicamentos.
Mas, alguns anos depois do fim da radiação e da quimioterapia e de começar o tratamento com remédios inibidores dos 💳 hormônios, McDonald considerou a possibilidade de ter um filho por meio de uma mãe substituta. Até que ela conheceu um 💳 estudo na Europa sobre mulheres que interromperamfreebet iconmedicação, conseguiram ficar grávidas e, depois de dar à luz, retomaram o 💳 regime farmacológico.
"No tempo que resta, nafreebet iconcurta, mas preciosa vida, o que você quer fazer?", perguntou-se ela. A resposta 💳 veio na forma dafreebet iconfilha Rory, que agora tem seis anos de idade.
"Depois de um diagnóstico de câncer, tudo 💳 se reduz a uma única coisa: viver. O resto é ruído", afirma McDonald. "Priorizo acima de tudo minha filha, meu 💳 marido e minhas amizades. No final, o que vale é como nós amamos e quem nós amamos."
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